PINTURAS E TRAPINHOS: setembro 2019

setembro 25, 2019

A cultura do instável dá importância às situações efêmeras, pois as duradouras tinham, desde sempre, a marca odiosa do que podia ser identificado com o tradicional...
O avesso do efêmero é o tradicional, mas o tradicional possui um poder petrificante de ações e pensamentos...
Evidentemente, a crise da pós-modernidade é a crise do sujeito. Todavia, esse breve excurso explicativo tende a ser por demais simplista: uma tentativa de comparar a sociedade como consequência pura e direta da ruptura com os padrões tradicionais. Mais do que isso: o descentramento do sujeito deve ser entendido não como algo que se buscou e se quis, mas como crise...
A mais importante talvez seja a crise das identidades. No chamado mundo pós-moderno, não há mais um ponto referencial em torno do qual o sujeito gravita e se constitui firme, mas vários pontos referenciais que não trazem segurança, pelo menos não do ponto de vista anterior, cuja significação era justamente a de uma firmeza estática...
Bem mais que o culto ao efêmero, a pós-modernidade deve ser entendida como tempo crítico do homem e de seus referenciais de centro...

Utilizar a nossa faculdade de percepção envolve conhecer os nossos sentidos interiores...
O primeiro sentido interior humano (a visão, o olfacto, o paladar, a audição e o tacto), leva à imaginação, o segundo sentido interior é a razão. O pensamento racional leva à compreensão. O que se compreendeu passa para o quarto sentido, a memória .Como quinto sentido interno consideramos a consciência, que é uma característica exclusivamente humana, que distingue o nosso eu humano do nosso eu animal...
O" Insight", será a Compreensão repentina de um problema, ocasionada por uma percepção mental ...

A performance nunca morre...
Renasce sempre nos momentos de crise...
E se falamos de arte, ela é mais do que nunca necessária num momento de crise é como o oxigénio...
A cultura é uma necessidade não um luxo...
A arte muda as consciências...
Vivemos num caos generalizado: há uma força na natureza humana, uma necessidade de destruir, de matar...

Por vezes parece que temos uma espécie de "treinador" interno que nos faz olhar para nós próprios como alguém que se só faz coisas erradas...
Por vezes podemos andar a boicotar o nosso próprio desejo de ser feliz...e somos os nossos maiores inimigos...
Por vezes precisamos reaprender a desfrutar dos pequenos momentos de prazer, dar valor às coisas realmente importantes, como termos saúde e capacidades mentais...
Sabermos apreciar os outros, a nós próprios e à vida é muito importante...

Mais do que buscar a harmonia, muita gente procura, sobretudo, não estar mal. Isso pouco tem a ver com felicidade." Victor rodrigues

Por vezes as mudanças são dolorosas, sobretudo quando se deixa para trás algumas das melhores páginas da nossa vida...
Quando é uma mudança de casa e vida...
É como se um pouco de nós ficasse agarrado ás paredes dessa casa que presenciou tantos bons e maus momentos...
Neste estado de espírito, com alguma nostalgia própria de quem parte, vimos os nossos sonhos transferidos para outros desafios, de modo a vivermos mais tranquilos, contentes e felizes...
A bagagem que levamos é grande...

Quando se guardam as memórias no coração, recordamos sempre com grande nitidez...
Agradeço a todos os que encontrei ao longo desta minha trajetória e que me permitiram fazer memórias...
A memória é selectiva... muitas vezes não escolhemos o que queremos recordar...
Gosto de "regar as boas memórias", as más...tento esquecer...

Temos medo de enfrentar a nossa impotência face ao desconhecido...
Sabemos lidar com o sucesso mas não com a frustração, perda, desafios e fracassos...
Todos perdemos na vida e precisamos assumir as perdas, apanhar os pedaços que sobram...
Temos uma capacidade de nos adaptarmos a tudo até ao caos...
A vida é tão vasta como tão efémera, tão complexa e tão frágil...
O futuro está já aí...