abril 12, 2011

ESPREMER A DESGRAÇA...


  • Mesmo  conscientes do efémero da existência, conseguimos sempre espantar-nos quando assistimos a tragédias que acarretam muitos mortos e feridos, destruição maciça, ficamos chocados, consideramos cruel...
  • A última no Japão, mas de outras vezes já foram diferentes países e cataclismos. Por acção humana ou de uma natureza traiçoeira, de vez em quando acordamos em sobressalto e ficamos espantados, comovidos e indignados pelo facto de aquilo que damos por adquirido desaparecer num segundo...
  • Ficamos sensibilizados com o salvamento " in extremis", com o caso humano que se transforme em metáfora de esperança, com uma espécie de solidariedade que emerge, por ondas, de todos os lados.  
  • Durante umas semanas, esprememos a desgraça, até já não nos comover, já não nos indignar ou porque perdeu a capacidade de nos espantar.Começamos a mudar de canal ou a deixar de ler as notícias sobre o assunto, passamos a considerar sensacionalismo, exibicionismo, jornalismo duvidoso, estratégias comerciais para vender imagens e notícias. Passa a ficar guardado num recanto da memória.
"Somos impressionáveis, mas egocêntricos"